As edificações do Cemitério Municipal Pio XII vão receber uma revisão completa da prefeitura de Erechim. O objetivo será identificar os proprietários e também os terrenos com sepulturas que estão abandonadas, para melhorar a gestão do cemitério. De acordo com o estudo, hoje o Pio XII tem 2.733 túmulos e 2.506 gavetas. Destes, cerca de 200 têm indícios de estarem abandonados.

A apresentação do levantamento planialtimétrico georreferenciado do cemitério foi realizada na tarde desta sexta-feira (19), no Salão Nobre da prefeitura, pelo diretor-chefe da empresa Projesul, Edir Treviso. Dentre os dados expostos estiveram a área do cemitério, o número de túmulos e gavetas e o memorial descritivo com dimensões, localização e levantamento fotográfico de cada edificação. O secretário municipal de Obras, Jorge Psidonik, explica a situação.

“Hoje, em Erechim, temos um grande problema que é de espaço nos cemitérios. Fazemos constantemente gavetas novas, tanto no Pio XII, quanto no Santa Cruz, que fica no Presidente Vargas. Porém, nossa projeção limite é de mil novas gavetas. Com o levantamento apresentado nesta sexta-feira, vamos não só melhorar o atendimento, como poderemos planejar ações para o futuro”, destacou.

Segundo Jorge, construir um novo cemitério envolve questões complexas. Ele ressalta que dos terrenos disponíveis pela prefeitura, nenhum teria os requisitos para a construção. Além disso, mesmo em novos terrenos, haveria a necessidade de licença ambiental, que teria prazo médio de liberação superior a 5 anos.

“Primeiramente encontrar os locais abandonados e vagos abriria a possibilidade de mais lugares e também de urbanização do cemitério, com árvores e flores. Entretanto não seria a solução. Para o futuro, nós estamos pensando em terceirizações e até na criação de um crematório. É um tema muito complexo que com o levantamento teremos mais base para discutir”, declarou.

Outro ponto destacado, apresentado pela integrante da comissão de assessoramento técnico do secretário de Obras, Graciela Capacchi, foi a possibilidade de o cemitério ser autossustentável. “Muita gente pega a concessão de cinco anos e depois deixa lá os túmulos sem cuidado. Então pensamos em fazer a cobrança de uma taxa sobre o terreno do cemitério, nos mesmos moldes do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) e com esse recurso, fazer melhorias e manutenções”.

O diretor-chefe da Projesul aponta que a medida de fazer o levantamento do cemitério é inovadora. Ele acredita que no futuro irá se tornar uma exigência.

“É muito bom que uma prefeitura se preocupe com um tema como esse. Uma vez os cemitérios eram feitos de forma desordenada, sem muito controle. Hoje as leis estão mais rigorosas e não é tão simples fazer um cemitério. No levantamento que fizemos, houve muito critério. Há descrição de cada terreno, cada medida de altura e largura das edificações e a localização exata de cada uma delas em um mapa. Certamente ficará mais fácil o gerenciamento”, assegurou.

De acordo com o secretário de Obras, a prefeitura agora vai adquirir programas de computador e equipamentos e também vai treinar os funcionários para utilizar as tecnologias. “O que queremos é que a pessoa ao chegar no cemitério, mesmo sem conhecer nada, seja orientada rapidamente da localização correta do túmulo que deseja visitar. O funcionário vai acessar o computador e com uma busca simples vai encontrar a localização exata para indicar”, explicou.

A prefeitura tem a intenção de estender o levantamento para o Cemitério Municipal Santa Cruz. Além do secretário, da integrante da comissão e do diretor-chefe da Projesul, estiveram presentes no ato de apresentação os secretários municipais de Agricultura, Luis Parise, e de Meio Ambiente, Mario Rossi, os vereadores Clarice Moraes e Valemar Loch, além de servidores municipais.