Erechim vive uma transformação silenciosa, porém profunda. Entre dezembro de 2024 e julho de 2025, 664 famílias deixaram de receber o Bolsa Família. Uma média de três pessoas por dia conseguiram romper com a dependência do programa e conquistar sua autonomia financeira.

A redução – que levou o número de beneficiários de 3.203 para 2.539 – não significa perda, mas sim conquista. Fruto de ações integradas, como é o caso projeto Emprega Erechim – Trabalho + Inclusão, iniciativa da Secretaria Municipal de Assistência Social com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo, o município tem demonstrado que é possível acolher, qualificar e, acima de tudo, libertar pelo trabalho e pela dignidade.

“O Bolsa Família é essencial para acolher quem mais precisa. Mas nosso maior objetivo é ver as pessoas deixando o programa por mérito próprio, com apoio, com oportunidade e com dignidade. E isso tem acontecido. Cada desligamento é uma vitória individual e coletiva”, afirma o prefeito Paulo Polis.

Emprega Erechim: qualificação, apoio e dignidade

Lançado recentemente, o Emprega Erechim – Trabalho + Inclusão amplia a proposta do Qualificar Erechim + Empregos. O foco da nova iniciativa que está sendo estrutura e desenvolvida gradativamente, está em atender diretamente os usuários dos Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), especialmente os beneficiários do Bolsa Família, desempregados, mulheres chefes de família, pessoas com deficiência, jovens à procura do primeiro emprego, imigrantes, refugiados e idosos que desejam retornar ao mercado.

O projeto vai além da capacitação técnica. Ele oferece apoio social completo: desde orientação profissional até ações de valorização da autoestima, como corte de cabelo, roupas adequadas para entrevistas e acompanhamento psicológico.

“Conquistar um emprego vai muito além de assinar a carteira. É recuperar a dignidade, resgatar a autoestima e enxergar um novo horizonte de possibilidades. Quando uma pessoa volta a trabalhar, ela também volta a sonhar, a acreditar em si mesma e a se reconectar com sua história e com a sociedade. Aqui na Secretaria de Assistência Social, nós entendemos que cada vaga ocupada é uma vida transformada. E por isso, o nosso compromisso vai além de oferecer oportunidades: é acolher, orientar, preparar. Porque às vezes, tudo o que a pessoa precisa é de alguém que acredite nela. Um emprego pode ser o início de uma nova vida”, destaca o secretário de Assistência Social, Micael Kasmirski.

Histórias que inspiram

Para muitos, sair do Bolsa Família era um sonho distante. A Letícia Fabiana Vitto, de 46 anos, é cega de um olho e baixa visão de outro. Depois de um processo com apoio do CRAS, ela se associou a Associação dos Deficientes Visuais de Erechim (ADEVE) e conseguiu um emprego onde está há 3 anos e dois meses. Ela conta que através do próprio trabalho, conseguiu comprar um apartamento. “Hoje faz um ano que eu moro no meu apartamento e só tenho a agradecer: pelo Bolsa Família, no momento que eu mais precisei, eu conseguia me manter no básico e todo apoio as meninas do CRAS. Sair do programa é uma sensação 100%, pois tu passa a ser capaz, deixa de contar os dias para receber o benefício para comprar algo e passa a contar com teu salário que tem muita diferença”, conta.

Crescimento com base sólida

A emancipação pelo trabalho tem sido o norte das políticas públicas em Erechim. A Assistência Social, não atua apenas no repasse de benefícios e vem sendo um motor de transformação – articulando oportunidades, reconstruindo trajetórias e incentivando a autoconfiança de quem mais precisa.

“Autonomia financeira é dignidade. É permitir que cada pessoa se sustente com seu esforço. O Bolsa Família acolhe, mas a saída dele é o nosso maior sinal de sucesso”, reforça o secretário Micael Kasmirski.

Erechim mostra, com números e com histórias reais, que transformar a vida de uma pessoa é possível quando há compromisso, políticas públicas e empatia. E a cidade não vai parar por aqui.

“Nosso compromisso é continuar investindo em inclusão de verdade, com trabalho, apoio e dignidade. Porque o desligamento do Bolsa Família não é o fim. É o recomeço de uma vida com mais liberdade e menos medo do amanhã”, finaliza o prefeito Polis.

Fotos: Divulgação/Comunicação PME